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Trabalhadores denunciam truculĂȘncia da PM durante abordagens


Direitos Humanos da OAB vai encaminhar denĂșncia para investigação na SDS, MPE e Conseg.

A ComissĂŁo de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Alagoas (OAB/AL) recebeu nesta segunda-feira (05), a denĂșncia de tortura e agressĂ”es contra moradores da Grota do Moreira, no Jacintinho. A abordagem truculenta teria sido cometida por policiais militares na noite do Ășltimo sĂĄbado (02), e terminou com quatro pessoas presas aparentemente sem acusaçÔes. As prisĂ”es geraram revolta e protesto na comunidade.

A denĂșncia que foi recebida pelo presidente da ComissĂŁo de Direitos Humanos, o advogado Daniel Nunes, foi feita pelas vĂ­timas da ação truculenta, que estĂŁo tendo as identidades preservadas para evitar represĂĄlias. “Eles teriam sido ameaçados pelos policiais militares, que afirmaram se eles denunciassem seriam mortos”, contou Daniel Pereira Nunes.

A confusão teria começado no momento que uma guarnição da Polícia Militar, do Batalhão de Radiopatrulha, que estavam num veículo de placas NML-1760, teria parado na Grota do Moreira, para fazer uma revista em moradores. O problema é que assim que as pessoas paravam, os policiais os agrediam e faziam ameaças, inclusive com armas em punho.

“Essa denĂșncia Ă© fruto de uma ação despreparada da PolĂ­cia Militar, na Grota do Moreira, desrespeitando os Direitos bĂĄsicos da população, que por sorte nĂŁo terminou em tragĂ©dia. A informação que recebemos Ă© que pessoas trabalhadoras teriam sido vĂ­timas de agressĂ”es e ameaças, alĂ©m de um sequestro por mais de trĂȘs horas, sem nenhum motivo aparente. Tanto que todos foram liberados em seguida sem nenhuma denĂșncia”, contou o presidente da ComissĂŁo de Direitos Humanos.

De acordo com o relato das vítimas, assim que os trabalhadores começaram a ser agredidos, a população teria vaiado e se revoltado contra os policiais, que acuados, chamaram reforços. Outra guarnição da Radiopatrulha, no veículo de placas NMO-0897 foi ao local, onde acabou entrando em confronto com os moradores da Grota, que jogaram pedras e foram agredidos com disparos de bombas de efeito moral, balas de borracha e de arma de fogo letal, com tiros de pistola .40.

Em seguida, dois das quatro vĂ­timas, foram colocadas na viatura e levadas para um terreno baldio, que fica prĂłximo a um supermercado no Jacintinho, onde voltaram a ser torturados e passaram mais de trĂȘs horas em poder da polĂ­cia. “O pai de um dos jovens e a esposa, desesperados saĂ­ram Ă  procura deles, e os encontraram num terreno por trĂĄs de um supermercado. O pai nos relatou que tinha ingerido um pouco de ĂĄlcool, acabou sendo obrigado a dirigir uma moto, temendo pela segurança dos dois trabalhadores”, comentou o advogado Daniel Pereira.

PrisĂŁo

Ainda segundo o depoimento das vĂ­timas, a informação Ă© que na Central de Flagrantes, no Farol, com base na denĂșncia dos militares, a PolĂ­cia Civil autuou apenas o pai que teria ido atrĂĄs do filho, por direção perigosa. JĂĄ o restante, acabou sendo liberado sem nenhuma queixa. As vĂ­timas acusam ainda os militares na saĂ­da de terem rompido o lacre da motocicleta e quebrado o tripĂ©. Para ser liberado, o pai teve que pagar fiança.

Para completar a violĂȘncia cometida contra os cidadĂŁos, eles teriam tentado prestar queixa na Central de Flagrantes, no Farol, mas nĂŁo conseguiram e foram orientados Ă  procurar o 9Âș Distrito Policial. “A PolĂ­cia Civil deveria ter colhido o depoimento dessas pessoas, e as encaminhado para fazer exame de corpo e delito. Eles simplesmente os liberaram. Diante dessa situação, vamos encaminhar o caso para as autoridades pertinentes tomarem as providĂȘncias, inclusive com o pedido de sindicĂąncia”, afirmou Pereira.

Os depoimentos das vĂ­timas serĂŁo encaminhados ainda nesta segunda-feira (05), para Secretaria de Defesa Social (SDS), Corregedoria e Comando da PolĂ­cia Militar, Delegacia Geral da PolĂ­cia Civil, Conselho Estadual de Segurança PĂșblica (Conseg), e MinistĂ©rio PĂșblico Estadual, para que os policias envolvidos nesse fato sejam investigados e caso comprovado o crime, sejam punidos.

Fonte: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/onde-esta-murilo-pergunta-mae-de-desaparecido-em-goias

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