Um relatório divulgado esta segunda-feira pelas
Nações Unidas aponta para o aumento dos ataques contra meninas que frequentam a
escola. Entre 2009 e 2014, atos violentos ocorreram em pelo menos 70 países, a
maioria tendo como alvo garotas, pais ou professores que defendem a igualdade de
gênero na educação.
O estudo, produzido pelo Escritório de Direitos
Humanos da ONU, destaca que apesar de progressos, "meninas ainda enfrentam mais
obstáculos para poder usufruir de todos os seus direitos, incluindo o acesso à
educação".
Confira áudio no player abaixo:
Malala
Em alguns países, as ações são cada vez mais
comuns. Em dezembro, um ataque do grupo Talebã matou mais de 100 crianças numa
escola em Peshawar, no Paquistão.
Em 2012, no mesmo país, o grupo confirmou ser o
responsável pelo atentado que quase tirou a vida da estudante e ativista Malala
Yousafzai. A jovem de 17 anos foi uma das ganhadoras, no ano passado, do Prêmio
Nobel da Paz.
O relatório cita também "vários incidentes de
envenenamento e de ataques com ácido contra alunas no Afeganistão". Na Índia, em
julho de 2013, estudantes de uma escola cristã foram raptadas e estupradas.
África
Na África, o grupo Boko Haram mantém sequestradas,
há quase um ano, um grupo de quase 300 estudantes da Nigéria. Já na Somália, em
2010, integrantes da milícia Al-Shabab retiraram à força estudantes de escolas,
que foram obrigadas a tornarem-se "esposas" dos combatentes.
El Salvador, Haiti, Indonésia, Iraque, Mali,
República Democrática do Congo e Síria são alguns dos outros países onde houve
casos de violência sexual contra professoras e alunas.
Mais Violência
O relatório nota que a violência demonstra a
fragilidade do acesso, da adaptação, da aceitação e da qualidade da educação
para todos. O Escritório de Direitos Humanos lamenta que os ataques enviam a
pais e responsáveis um sinal de que as escolas não são locais seguros.
Retirar meninas da escola por medo da violência
abre margem a outras violações de direitos humanos, como o casamento infantil e
forçado, violência doméstica, gravidez indesejada, tráfico e exploração sexual,
aponta o documento.
São feitas diversas recomendações aos governos,
incluindo medidas imediatas para garantir acesso eficiente à educação de
qualidade para todas as alunas, mesmo durante crises ou conflitos.
FONTE: http://www.ebc.com.br/noticias/internacional/2015/02/ataques-contra-educacao-de-meninas-sao-cada-vez-mais-comuns
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