Looking For Anything Specific?

 




Violência doméstica "Não atuar coloca-nos como cúmplices do crime"




A presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres considera que quem não denuncia uma situação de violência doméstica está a tornar-se “cúmplice do crime”.

“O que não fizermos na promoção dos direitos humanos coloca-nos como cúmplices de crime porque estamos a ver e não fizemos nada para impedir que as coisas acontecessem. Não tendo atuado em tempo útil, não tendo conseguido prevenir que a pessoa fosse assassinada, pode ser colocado como cúmplice do crime”, explica Margarida Medina Martins no programa ‘Terça à Noite’ da Rádio Renascença.

A ativista contra a violência diz ainda que o que se pode fazer é “denunciar, mesmo anonimamente” e tal denúncia pode ser feita através de um telefone para a esquadra ou para o Ministério Público.
O que não se pode fazer é continuar a ‘assobiar para o lado’, considera, lembrando que pode “não haver tempo” para esperar que o agressor não volte a cometer o crime.

“Há agressores que fazem uma escalada de violência, ou seja, a violência aumenta no tempo, a agressividade aumenta e os intervalos vão diminuindo. Há outros que se precipitam por qualquer coisa, passam do zero aos cem muito rapidamente. Ficar com a informação é sempre mau”, explica aos microfones da Rádio Renascença.

Margarida Medina Martins considera que “ainda temos um grau de tolerância à violência em termos judiciais”, que “temos uma tolerância inaceitável”.

Para a presidente da Plataforma Portuguesa para os Direitos das Mulheres um país que permite que as mulheres andem “refugiadas em casas de abrigo falha na proteção, pois isto é uma violação dos direitos das mulheres”.

“O sistema aceita bem ou tolera bem que as mulheres sejam apátridas no seu próprio país, andem de casa abrigo em casa abrigo, o sistema tolera que esta loucura se instale, tolerando em demasia as ações do próprio agressor”, acusa.

A solução para esta tolerância em excesso passa, na sua opinião, por uma “especialização dos tribunais, dos advogados, do próprio Ministério Público, para tudo ser mais célere e devia haver automaticamente uma ligação entre os processos das crianças e os processos da violência”.

FONTE: http://www.noticiasaominuto.com/pais/349267/nao-atuar-coloca-nos-como-cumplices-do-crime

Postar um comentário

0 Comentários