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60% DOS ATENDIDOS NO CARNAVAL POR USO DE ÁLCOOL ERAM ADOLESCENTES



 Consumo excessivo de álcool durante a infância ou a adolescência é preocupante e pode causar danos
Do total de pessoas atendidas no Posto Médico Avançado da Praia de Iracema durante o Carnaval com sintomas de intoxicação por álcool ou drogas, 60% tinham menos de 18 anos. A informação é da assessora técnica da Coordenação dos Hospitais e Unidades Especializadas da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Beth Lino. O balanço completo dos atendimentos realizados no período será divulgado até sábado, 21.

O alto número de crianças e adolescentes com sintomas de uso de álcool e outras drogas causou estranheza aos profissionais de saúde. Segundo Beth, a maior parte dos atendidos não estava com responsável legal e não portava documento de identificação. “Quando eles entram em um equipamento público são medicados, mas não podemos devolver essas crianças e adolescentes para a rua. Devemos entregar para os pais, para os conselhos tutelares, para os juizados ou para a Delegacia da Criança e do Adolescente”, detalha.
Para Antonia Lima Sousa, promotora de Justiça da Infância e Juventude, o percentual mostra que é necessário haver mais articulação do poder público com as famílias. “É preciso uma campanha de conscientização antes dessas festas”, sugere. Em eventos como a Copa do Mundo e a Copa das Confederações, diz Antonia, já havia sido observado um crescimento no número de adolescentes consumindo álcool.
Durante o Carnaval, o Departamento de Agentes de Proteção - órgão vinculado ao Juizado da Infância - fez acompanhamento das crianças e dos adolescentes que estavam na Praia de Iracema. Segundo Walter Batista, diretor de fiscalização, as equipes flagraram casos de consumo de álcool. Quando identificados, ele explica, os responsáveis são convocados e devem assinar um Termo de Entrega Mediante Compromisso. “Apesar de trabalharmos com prevenção, as situações aconteceram”, lamenta Walter. O total de casos atendidos pelo departamento durante o Carnaval ainda não foi calculado.
Alerta
Para Cléo Florença, professora de Farmacologia da Universidade Federal do Ceará (UFC) e coordenadora do projeto Drogas de Abuso, o consumo dessas substâncias durante a adolescência é preocupante. “As áreas responsáveis por avaliar, rejeitar e ‘pensar bem’ ainda não estão amadurecidas. É mais fácil cair em tentação. Além de que, nessa faixa, os adolescentes sofrem muita influência externa e alguns são guiados pelos pensamentos dos outros”, alerta a pesquisadora. 
Saiba mais
A portaria número 1.139, publicada pelo Ministério da Saúde em junho de 2013, estabelece diretrizes para vigilância e assistência à saúde em eventos de massa.
Os riscos associados a um evento de massa podem variar de acordo com as características. É considerada a duração, a quantidade de público, o consumo de bebidas alcoólicas e alimentos e as condições ambientais.
Segundo o texto, os principais riscos associados a eventos de massa são doenças infecciosas (transmitidas por alimentos ou vias respiratórias), danos físicos (cortes, queimaduras, fraturas), danos relacionados ao comportamento ou condições do público (consumo de álcool ou drogas), danos relacionados ao ambiente (exposição solar, reações alérgicas) e danos relacionados a atividades laborais (exposição do trabalhador a riscos de qualquer natureza).

FONTE: http://www.opovo.com.br/app/opovo/cotidiano/2015/02/19/noticiasjornalcotidiano,3394827/60-dos-atendidos-no-carnaval-por-uso-de-alcool-eram-adolescentes.shtml

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