O Ministério Público do Estado do Pará entrou com uma Ação Civil
Pública (ACP), na última quarta-feira (4), contra o município de Santa
Luzia do Pará, exigindo que a escola do Acampamento Quintino Lira e a
escola municipal da Vila do Cantã funcionem em ambiente adequado,
seguro, limpo e sadio, em condições de aprendizagem e trabalho.
Há um ano meio, a Secretaria Municipal de Educação de Santa Luzia
tinha fechado a escola do Acampamento Quintino Lira. Em abril de 2013,
no entanto, a Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH)
recebeu do MST denúncia e cópia de abaixo assinado de cerca de 100
pessoas, que exigiam o funcionamento de duas turmas do ensino
fundamental no Quintino Lira.
No dia 1° de abril, a SDDH encaminhou representação ao Ministério
Público Estadual requerendo a instauração do devido inquérito civil
público, em virtude de flagrante desrespeito ao Direito Humano a
Educação, desrespeitando a Constituição Federal.
Após apurar os fatos, foi constatada a necessidade de biblioteca,
professores e profissionais capacitados em quantidades suficientes para
atender ambas as escolas, com mobiliários, computadores, acesso à
internet, equipamentos em geral, materiais didáticos, brinquedos e jogos
educativos adequados, no prazo de 30 dias, além da necessidade de
reabertura da escola dentro do acampamento.
Fechar escola é crime
Desde 2009, o MST lançou a campanha Fechar Escola do Campo é
Crime, já que diversas escolas do campo estão sendo fechadas nos últimos
anos. Segundo dados Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) e
do Ministério da Educação (MEC), mais de 37 mil escolas do campo foram
fechadas nos últimos 12 anos.
A campanha ainda denunciava que muitas das escolas que
permaneciam abertas, encontrava-se em condições precárias, e uma
constatnte diminuição no número de matrículas no meio rural, levando
milhares de crianças e jovens do campo a ficarem sem escola ou terem que
se deslocar às cidades.
A maioria das escolas do campo foram fechadas de forma
arbitrária, sem levar em consideração as discussões dos movimentos
sociais e toda a legislação que garante o acesso universal à educação
básica.
Agora a decisão está nas mãos do Poder Judiciário de Santa Luzia
do Pará e assim o MST e SDDH esperam que esta Ação seja julgada de forma
célere e em favor dos alunos que já estão prejudicados por ato abusivo e
ilegal da Prefeitura Municipal de Santa Luzia do Pará há mais de um ano
e meio, por ser uma questão de Justiça social e Direitos Humanos.
Fonte: http://www.mst.org.br/node/16195
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