O Conselho Tutelar da Região Norte de Goiânia deixou de atender à comunidade na terça-feira (24), após um oficial de Justiça cumprir uma ordem de despejo. A decisão judicial foi tomada devido ao atraso de 16 meses no pagamento do aluguel do prédio, somando quase R$ 30 mil. Sem ter outro lugar para atuar, os conselheiros suspenderam o atendimento aos moradores dos mais de 90 bairros da região.
Por dia, a equipe chegava a fazer até 100 atendimentos. “É muito triste né, a gente chegar a esse ponto de despejo. Isso confirma a ineficiência do poder público”, lamenta o conselheiro Paulo Henrique Rodrigues.
Inicialmente, a Secretaria de Assistência Social de Goiânia (Semas) havia informado que a unidade seria transferida para a antiga instalação do Centro Integrado de Atenção Médico Sanitária (Ciams) do Setor Urias Magalhães. Entretanto, o local passa por reforma e não poderá abrigar o órgão por enquanto. A mudança deve ocorrer em dois meses.
A ordem de despejo foi solicitada pelo proprietário do imóvel, Cleuton Clenes da Silva. "O poder público tem que tomar providência, mas eles não tomam. Eles não têm interesse de resolver o problema. Eu, como um simples cidadão, não posso dar, ceder o meu espaço para que atenda à população sendo que isso é o papel da prefeitura", diz Silva.
A unidade da região norte possui seis servidores administrativos, cinco conselheiros tutelares, um assistente social e um psicólogo. Os funcionários ajudaram na desocupação da antiga sede, na terça-feira.
Todos os móveis e materiais básicos de trabalho, como arquivos e documentos, vão ficar em um cômodo cedido pelo proprietário do imóvel. Silva ficará como fiel depositário dos bens e terá que mantê-los protegidos e guardados até que sejam retomados pelo órgão.
Precariedade
O problema no pagamento do aluguel não é a única dificuldade enfrentada pelos conselheiros. As reclamações dos funcionários sobre as condições precárias de trabalho e da falta de estrutura dos prédios que abrigam as unidades são recorrentes.
O problema no pagamento do aluguel não é a única dificuldade enfrentada pelos conselheiros. As reclamações dos funcionários sobre as condições precárias de trabalho e da falta de estrutura dos prédios que abrigam as unidades são recorrentes.
No ano passado, eles chegaram a paralisar o atendimento em protesto à situação. Os funcionários denunciaram o corte de energia e até a falta de água em alguns prédios.
A Semas informou que "tem feito todos os esforços possíveis" para garantir o mínimo de condições para que os conselhos desenvolvam suas funções.
FONTE: http://g1.globo.com/goias/noticia/2015/03/conselho-tutelar-e-despejado-por-atraso-no-pagamento-de-aluguel.html
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