A operação da Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (DCAV), no Rio,
que fechou dois estabelecimentos comerciais foi citada pela ministra
Ideli Salvatti, da Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Presidência
da República na manhã desta sexta-feira (13), como exemplo no combate à
exploração sexual de crianças e adolescentes em todo o Brasil.
Nessa quinta-feira, 12, os policiais fecharam o restaurante Balcony e o
Hotel Lido (conhecido como Lidinho), ambos em Copacabana, na zona sul
do Rio, por "envolvimento na exploração sexual de menores de idade".
Segundo o delegado Marcello Maia, responsável pelo caso, 15
adolescentes foram encontradas nos locais e recolhidas para instituições
públicas. Elas conheciam os turistas no bar e usavam o hotel para os
programas "em troca de lanches", sem precisarem apresentar nenhum
documento de identificação. Ao lado do representante do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), Gary Stahl, a ministra citou esta e
outras ações durante apresentação de programas e ações para
enfrentamento da violência no Brasil durante e após a Copa do Mundo.
Entre as medidas estão a lei que torna a exploração sexual de crianças e
adolescentes um crime hediondo com penas que variam de quatro a dez
anos de prisão e a Lei do Estrangeiro que, em parceria com polícias
internacionais, impede que pessoas com histórico ou condenação por
exploração sexual de menores de idade ingressem no País. No início da
semana um turista americano foi impedido de entrar no Brasil pelo
histórico negativo.
"Fazemos um trabalho intenso de preparação da segurança e integração
entre os órgãos responsáveis pela proteção e garantia de direitos e pela
prevenção e repressão de atos que podem atingir crianças e
adolescentes", disse a ministra.
Para incentivar as denúncias, a SDH ampliou campanhas, aumentou em 30% a
quantidade de atendentes no Disque 100 e criou o aplicativo para
celular Proteja Brasil (primeiro do mundo e já tem mais de 20 mil
downloads) que, por meio de um GPS, indica toda a rede de proteção e
socorro na localidade onde a criança ou adolescente estiver.
"A Copa é uma ótima oportunidade para que o governo e os órgãos de
proteção e repressão aprimorem e aperfeiçoem suas ações". Ideli destacou
que a maioria das denúncias feitas ao Disque 100 parte das próprias
crianças vítimas.
O representante da Unicef destacou o combate ao trabalho infantil como,
por exemplo, crianças que trabalham vendendo balas nos sinais ou atuam
no serviço doméstico. "As pessoas não podem aceitar essas violações como
se fosse algo normal", afirmou Stahl, acrescentando que "esta é uma
questão cultural que precisa ser mudada".
Atualmente no Brasil existem 3 milhões de crianças "expostas a essas
violações nas zonas rurais" e outras 3,7 milhões fora da escola que
também são vulneráveis às explorações.
Fonte: http://www.clicfolha.com.br/noticia/35478/hotel-e-fechado-no-rio-por-envolvimento-em-exploracao-sexual
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