O Conselho Estadual de Direitos Humanos (CEDH) divulgou nota pública lamentando o alto número de vítimas de
balas perdidas no Estado. A entidade cita como exemplo a morte de Eric
Cordeiro Ribeiro, de seis anos, que morreu após ser baleado em 31 de
maio, em um tiroteio no bairro Jardim Carapina, na Serra.
A ocorrência de mortes por balas perdidas tem se tornado comum no
Estado. Nessa segunda-feira (9), em São Torquato, Vila Velha, uma
criança de três anos e um adolescente de 16 foram baleados durante uma
troca de tiros entre grupos rivais. O garoto ia para a escola, e a
criança para a creche quando ocorreu o tiroteio.
O CEDH salienta que essas tragédias demonstram a falência deste modelo
de segurança pública e a natureza descartável da vida humana. A entidade
ressalta que estes fatores, vinculados a uma excludente modelo de
socialização das riquezas exige de toda a sociedade e do Estado que
construam um novo paradigma de segurança pública.
“Mais do que nunca, precisamos fortalecer as políticas de desarmamento –
luta que vem sendo travada por este Conselho e pelo Movimento de
Direitos Humanos no Espírito Santo há tempos, sobretudo durante a
Campanha Pelo Desarmamento realizada nas vésperas do Referendo de 2005. O
fácil acesso a armas no Brasil ainda é uma realidade infeliz que merece
maior atenção do Estado e da sociedade como um todo. A morte desta
inocente criança é mais um trágico capítulo dessa história”, diz a nota.
Casos
No mês de maio deste ano a imprensa deu destaque aos casos de balas
perdidas, principalmente na Grande Vitória. Como não há a divulgação dos
casos de maneira pormenorizada pela Secretaria de Estado de Segurança
Pública (Sesp), não é possível mensurar quantos são as vítimas fatais
destes crimes.
No entanto, casos como o do taxista Charles Dias da Conceição, de 28
anos ganham notoriedade. Ele foi alvejado por um tiro na cabeça enquanto
aguardava passageiros na porta de um cerimonial em Vila Velha onde
ocorria uma festa na madrugada do dia 3 de maio.
O tiro foi disparado por um policial militar que fazia a segurança da
festa e tentava conter um homem que queria invadir o local. Charles
morreu no hospital na madrugada do dia 4 de maio.
Já no dia 1 de maio, o menino Elias Martins Simplício, de 10 anos,
morreu quando fazia um lanche em uma lanchonete de Nova Betânia, em
Viana.
Outros casos que não resultaram na morte das vítimas também foram
destaque. Em 12 de maio, uma mulher de 34 anos foi atingida por um tiro
no braço em Ulisses Guimarães, Vila Velha, quando fazia o horário de
almoço. Em 13 de maio uma idosa e o neto de quatro anos foram vítimas de
bala perdida no bairro Ilha da Conceição, também em Vila Velha.
Já em 19 de maio uma menina de nove anos foi ferida por tiro bala
perdida na perna, no bairro São Patrício, na Serra; e em 23 de maio um
homem de 51 anos foi ferido no bairro Rio Marinho, em Cariacica.
Fonte: http://seculodiario.com.br/17315/12/conselho-de-direitos-humanos-alerta-para-o-alto-numero-de-vitimas-de-balas-perdidas
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