A partir de um mapa digital, a plataforma Cartografia de Direitos
Humanos indica locais na cidade de São Paulo marcantes na luta e
reivindicações ligadas ao tema. O projeto foi lançado hoje (4) pela
Cátedra Unesco de Educação para Paz do Instituto de Estudos Avançados da
Universidade de São Paulo (USP). O projeto, que pode ser acessado na
página
http://www.cartografiadh.iea.usp.br, também tem apoio do Ministério Público Federal e da Assembleia Legislativa de São Paulo.
Para
início do projeto, foram selecionados 20 pontos da capital paulista que
ficaram marcados por mobilizações sociais. Entre eles estão a Praça da
Sé, onde ocorreu o Ato Ecumênico de 1975 em homenagem a Vladimir Herzog,
e a Avenida Paulista, local da Marcha das Vadias, a Parada LGBT e parte
das manifestações contra o aumento das tarifas do transporte público. O
Parque da Juventude, onde ficava o presídio do Carandiru, cenário do
massacre de 111 presos, é outro ponto lembrado no mapa. A cartografia
deve ser ainda ampliada com o tempo a partir das contribuições e
sugestões da população.
“O projeto tem como objetivo valorizar a
luta pelos direitos humanos na cidade de São Paulo e valorizar as
pessoas que participaram dessa luta. Não se trata só de levar o
conhecimento que a gente produz para fora dos muros da universidade, mas
também trazer para dentro o conhecimento das pessoas que participaram
diretamente de alguns momentos importantes da construção da cidadania”,
disse a coordenadora da iniciativa, Rossana Rocha Reis, que é professora
da USP.
A partir da indicação no mapa é possível ter acesso a
fotos, textos e depoimentos em vídeo de pessoas que participaram daquele
momento histórico. “E uma segunda fase projeto, a nossa ideia,
inclusive, é colocar um marco físico nos lugares que remeta ao
site”, antecipa Rossana.
Para
o sociólogo Sérgio Adorno, a plataforma ajuda na expansão do tema para
além da academia e dos espaços onde os direitos humanos são uma questão
consolidada. “Nosso desafio é sensibilizar mais e mais pessoas para
entenderem que direitos humanos são uma agenda fundamental de direitos
que deve ser aprofundada na convivência democrática”, disse.
A
diretora da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Amarílis
Tavares, destacou a importância de se manter esse debate aceso após a
apresentação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade,
prevista para o fim deste ano. “Garantir que o término do trabalho da
Comissão da Verdade não seja um ponto final sobre as questões ainda
pendentes na nossa justiça de transição e nosso processo democrático.
Que a entrega desse relatório possa estimular outras ações”.
FONTE: http://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2014-11/plataforma-interativa-reune-marcos-da-luta-por-direitos-humanos-na
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