A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou recentemente o registro do primeiro medicamento injetável para a prevenção do HIV. O Apretude (cabotegravir) é um antirretroviral que impede a replicação do vírus e sua capacidade de infectar novas células. Esse medicamento representa uma nova opção de tratamento preventivo no Brasil, conhecido como profilaxia pré-exposição (PrEP), que anteriormente era feito por meio de comprimidos diários.
O que é a PrEP?
A PrEP é recomendada para pessoas sexualmente ativas que não estão infectadas pelo HIV, mas têm um maior risco de exposição ao vírus. No Brasil, essa estratégia é direcionada a grupos vulneráveis, como profissionais do sexo, usuários de drogas, gays, mulheres trans, travestis e casais sorodiscordantes (quando um parceiro é soropositivo e o outro não). Seu objetivo é oferecer uma camada adicional de proteção e planejamento reprodutivo.
Modalidades da PrEP:
No Brasil, existem duas formas de PrEP recomendadas:
Diária: envolve tomar os comprimidos diariamente, de forma contínua, sendo indicada para qualquer pessoa em situação de vulnerabilidade ao HIV.
Sob demanda: consiste na tomada dos medicamentos apenas quando a pessoa tiver uma possível exposição de risco ao HIV. Nessa modalidade, é necessário tomar dois comprimidos de duas a 24 horas antes da relação sexual, um comprimido 24 horas após a dose inicial e outro comprimido 24 horas após a segunda dose.
Cuidados a serem tomados:
É importante seguir as orientações de um profissional de saúde ao utilizar a PrEP, pois seu efeito protetor depende do uso correto do medicamento. Além disso, a PrEP só deve ser prescrita para indivíduos confirmados como HIV negativos, sendo necessário realizar testes clínicos e laboratoriais antes de iniciar o tratamento.
Quem pode usar a PrEP?
A PrEP é indicada para pessoas em situação de vulnerabilidade ao HIV, incluindo aquelas que frequentemente deixam de usar preservativo em suas relações sexuais, fazem uso repetido de profilaxia pós-exposição (PEP) ou apresentam histórico de infecções sexualmente transmissíveis (IST). Também são candidatos à PrEP pessoas inseridas em contextos de relações sexuais em troca de dinheiro, objetos de valor, drogas e moradia, assim como indivíduos que praticam chemsex (sexo sob influência de drogas psicoativas).
Como acessar a PrEP?
Para acessar a PrEP, é recomendado que os interessados procurem um serviço de saúde e obtenham informações sobre a disponibilidade do tratamento. A lista dos serviços que oferecem a profilaxia pré-exposição pode ser encontrada no site do Ministério da Saúde.
Proteção e orientações adicionais:
Para mulheres, pessoas trans ou não binárias designadas como sexo feminino ao nascer e qualquer pessoa em uso de hormônios à base de estradiol, é necessário tomar a PrEP oral diariamente por pelo menos sete dias para atingir níveis ideais de proteção. Antes desses sete dias iniciais, medidas adicionais de prevenção devem ser adotadas.
Para homens, pessoas não binárias designadas como do sexo masculino ao nascer, travestis e mulheres transexuais que não estejam em uso de hormônios à base de estradiol e usem PrEP (diária ou sob demanda), é necessário tomar uma dose de dois comprimidos de duas a 24 horas antes da relação sexual para alcançar níveis protetores do medicamento no organismo em relações sexuais anais.
É importante realizar testes regularmente e buscar atendimento médico em caso de sinais ou sintomas de outras IST. A PrEP previne o HIV e possibilita o diagnóstico e tratamento de outras infecções, interrompendo a cadeia de transmissão. O uso do preservativo é fundamental para prevenir tanto o HIV quanto outras IST.
Importância da PrEP:
A PrEP tem sido bem recebida como uma estratégia de prevenção, oferecendo uma alternativa adicional à camisinha. A ampliação do acesso à PrEP, especialmente por meio do novo medicamento injetável aprovado pela Anvisa, facilitará a adesão das pessoas ao tratamento, eliminando a necessidade de tomar comprimidos diariamente. É fundamental divulgar informações sobre a PrEP entre diferentes populações e garantir serviços de saúde que atendam a esses grupos, disponibilizando a PrEP como uma medida preventiva. A conscientização e a promoção da PrEP contribuem para uma vida sexual mais segura e saudável para a população brasileira.
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