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Capoeira, Sustentabilidade e Resistência: Jardim Silvina Sedia Encontro Pela Fauna e Flora


No próximo dia 1º de junho, o bairro Jardim Silvina, em São Bernardo do Campo, será cenário de uma experiência única que entrelaça arte, consciência ecológica e protagonismo comunitário. Trata-se do 1º Encontro de Capoeira pela Fauna e pela Flora, uma ação que articula a sabedoria ancestral da capoeira com práticas de educação ambiental crítica e cuidado com o território.

O evento acontecerá a partir das 10h na Praça Hugo Henrique Antero, em frente à E.E. Prof. Joaquim Moreira Bernardes, e contará com a presença do Mestre Besouro, da tradicional Associação de Capoeira Arte Negra, que atua há 19 anos no bairro promovendo cultura afro-brasileira e cidadania.

Capoeira como ferramenta de transformação ecológica

Mais do que uma roda de capoeira, o encontro será palco de ações concretas de preservação ambiental, como o plantio coletivo de árvores frutíferas — manga, amora, pitanga e castanha do Maranhão — escolhidas por seu valor ecológico e seu papel no equilíbrio entre fauna e flora local. Além disso, serão instalados totens higiênicos pet produzidos com materiais recicláveis, incentivando a coleta consciente de resíduos caninos e promovendo o cuidado com os espaços públicos.

A iniciativa íntegra o projeto de extensão universitária “A Psicologia como Instrumento de Educação Ambiental Crítica: Capoeira, Território e Protagonismo Comunitário”, desenvolvido por estudantes da Fundação Santo André – FSA, por meio da disciplina ACEx. A proposta se apoia nos princípios da Psicologia Social, Comunitária e Ambiental, buscando romper com abordagens individualistas e promovendo a ecologia como prática coletiva, territorializada e politicamente engajada.

Um território que resiste e floresce

Apesar dos desafios enfrentados — como o descarte irregular de resíduos sólidos, a poluição do córrego local e a ausência de saneamento básico em algumas áreas —, o Jardim Silvina abriga fragmentos remanescentes de Mata Atlântica e uma rica biodiversidade que resiste: lagarto teiú, saruê, mico-estrela, além de aves como sabiá-laranjeira, trinca-ferro e juruviara são parte do cotidiano de quem ainda observa o verde entre as vielas e ruas do bairro.

Do local ao global: um diálogo com a COP30 e os ODS

O encontro se alinha aos debates internacionais em torno da COP30, que pretende conferir centralidade às vozes de comunidades periféricas, indígenas e quilombolas nas decisões sobre o clima. Localmente, a ação fortalece os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, em especial o ODS 11 (Cidades Sustentáveis) e o ODS 13 (Ação Climática).

Mais do que uma atividade pontual, o 1º Encontro de Capoeira pela Fauna e pela Flora propõe um modelo de transformação onde universidade e comunidade caminham juntas, de mãos dadas, pelo cuidado com a vida, com o planeta e com o futuro.

“Não se trata apenas de plantar árvores. É sobre semear pertencimento, cidadania e consciência ecológica nas periferias” — resume um dos organizadores.


 Por Léo Duarte  

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