RIO - O coronel da reserva Paulo Malhães, que tomou os noticiários ao
revelar como funcionava o centro de tortura clandestino da ditadura em
Petrópolis e também revelou o destino do corpo do ex-deputado Rubens
Paiva, foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira dentro de sua
casa, num sítio do bairro Marapicu, na zona rural de Nova Iguaçu, na
Baixada Fluminense.
O militar da reserva teve atuação de destaque na repressão política
durante a ditadura militar e, no mês passado, em depoimento à Comissão
Nacional da Verdade, assumiu ter participado de torturas, mortes e
desaparecimentos de presos políticos.
Segundo Carla, uma das filhas de Malhães, três pessoas entraram na casa
do coronel reformado na tarde de quinta-feira, prenderam a mulher dele
num aposento e mataram o militar por sufocamento. Na ação, o grupo levou
todas as armas que ele tinha em casa.
Segundo disseram ao jornal “Extra” investigadores da Divisão de
Homicídios da Baixada Fluminense, que acabam de realizar uma perícia no
local, Malhães ficou em poder dos bandidos de 13h às 22h, segundo o
relato de testemunhas.
- Eu fiquei amarrada e trancada no quarto, enquanto os bandidos
reviravam a casa toda em busca de armas e munição. Não era segredo que
ele era colecionador de armas - disse a viúva Cristina Batista Malhães,
enquanto era conduzida para a Divisão de Homicídios da Baixada
Fluminense (DHBF) para prestar depoimento
De acordo com apuração do jornal, o caseiro também foi conduzido para a
delegacia. Ele ficou trancado em outro cômoda da casa, amarrado. Segundo
disse o delegado Fábio Salvadoretti, da DHBF, não havia marcas de tiros
no corpo de Paulo Malhães, apenas sinais de asfixia.
- A princípio, ele foi morto por asfixia. O corpo estava deitado no chão
do quarto, de bruços, com o rosto prensado a um travesseiro. Ao que
tudo indica ele foi morto com a obstrução das vias aéreas.
Nadine Borges, integrante da Comissão Estadual da Verdade e responsável
por tomar o depoimento de Malhães há poucas semanas, cobrou uma
investigação célere do assassinato. Segundo ela, este não pode ser
tratado como um crime comum.
Fonte: http://esquerdopata.blogspot.com.br/2014/04/queima-de-arquivo-coronel-torturador-e.html?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed:+OEsquerdopata+%28O+Esquerdopata%29
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