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Jovens querem a inclusão dos direitos sexuais e reprodutivos


Jovens latino-americanos que atuam na luta contra aids querem sensibilizar outros movimentos sociais e redes para que ajudem na mobilização pela garantia da inclusão dos direitos sexuais e reprodutivos na Agenda de Desenvolvimento Pós-2015. A nova agenda mundial de compromissos com o desenvolvimento humano sustentável e com os direitos humanos vai substituir, a partir de janeiro de 2016, o conjunto de metas traçadas pelos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).

Nos ODM, o combate à aids, malária e outras doenças é uma das oito metas específicas. Mas, nas novas negociações, a doença está inserida num bloco maior da saúde e aparece como uma sub-meta. "O desafio, segundo consta nos documentos preliminares da nova agenda, será acabar com a epidemia como uma ameaça de saúde até 2015, reduzindo 90% das novas infecções". A fala é do assessor para mobilização social e trabalho em rede do Unaids Brasil, Cleiton Euzébio.

Para ele, "por um lado, pode ser bom, as pessoas com HIV precisam de acesso a saúde integral, mas por outro, os financiamentos para o combate à aids podem diminuir."

O psicólogo da Rede Brasileira de População e Desenvolvimento, Richarlls Martins, chamou a atenção dos jovens para a construção de negociações pela garantia dos direitos. "Os debates sobre Agenda Pós 2015 acontecem sempre na sede da ONU, em Nova York, é claro é que muito caro estar nestes espaços, mas com mobilização é possível negociar como quem esteja lá para defender nossas demandas", comenta.

"Acredito que para alcançar boa qualidade de vida e desenvolvimento sustentável para todas, é preciso também combater o racismo e todas as formas de discriminação e reafirmar o foco na efetivação dos direitos humanos em todas as suas dimensões. O jovem vivendo com HIV, negro, pobre, pode enfrentar diferentes preconceitos. Então a pauta HIV precisa ser debatida no movimento negro, o grupo de juventude precisa falar sobre prevenção m e um tema completa o outro", observa.

O jovem Diego Caputo, da Rede de Jovens Vivendo com HIV na Argentina, concorda com Richarlls. "Temos que buscar parcerias para incluir nossas necessidades na agenda mundial. Podemos criar um documento comum entre jovens latino-americanos", sugeriu.

O tema também fez com que Oseias Cerqueira refletisse sobre que mundo queremos. "Temos que construir pautas coletivas. Eu sou negro, vivo com HIV e faço muitas outras coisas, por isso acredito na ampliação do debate pela garantia dos direitos humanos."

Apesar de os países já terem decidido quais são as 17 metas prioritárias que vão constar no próximo documento mundial das nações unidas,  Richarlls conta que ainda há esperança do ter ser contemplado de outra forma. "O movimento social pressionou e a ONU aprovou uma reunião de alto nível em 2016 para debater especificamente o HIV, temos que nos mobilizar e fazer com que nossas inquietações sejam ouvidas", disse.

O 3º Encontro de Jovens Vivendo com HIV/Aids da América Latina e do Caribe reúne 80 jovens até amanhã (29), no Hotel Vila Velha, em Salvador. A iniciativa é do Grupo de Apoio à Prevenção à Aids da Bahia (GAPA-Bahia) e da Rede Latino-Americana de Jovens Vivendo com HIV/Aids.

Talita Martins, de Salvador (talita@agenciaaids.com.br)
* A Agência Aids cobre o evento com apoio do Unicef.

FONTE: http://agenciaaids.com.br/home/noticias/noticia_detalhe/22927#.VH5mvRGlc8k

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