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Casamento Infantil: A Violência Naturalizada que Persiste no Brasil

Dados alarmantes revelam a persistência do casamento infantil, principalmente afetando meninas em situação de vulnerabilidade.

Por Léo Duarte

Casamento infantil persiste como uma triste realidade no Brasil, afetando principalmente meninas vulneráveis. Mesmo com queda nos números, ainda há muito a ser feito para erradicar essa prática. Conheça o cenário, as origens e as consequências dessa violência naturalizada.

No cenário atual, o casamento infantil continua sendo uma realidade chocante no Brasil, principalmente entre meninas em situação de vulnerabilidade. Mesmo com uma diminuição nos números ao longo dos anos, ainda há muito a ser feito para erradicar essa prática. A Organização das Nações Unidas (ONU) define o casamento infantil como a união formal ou informal em que pelo menos uma das partes tem menos de 18 anos.


Dados Reveladores

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, 197 meninas se casaram no Rio Grande do Norte, a maioria com 16 e 17 anos. Surpreendentemente, sete noivos tinham entre 40 e 49 anos, e 25 homens tinham entre 30 e 39 anos. Essas relações são marcadas pelo desequilíbrio de poder e a vulnerabilidade das meninas.

Apesar de algumas mudanças na legislação, o Brasil ainda ocupa o quarto lugar no mundo em casamentos infantis, atrás apenas da Índia, Bangladesh e Nigéria, segundo pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).


Raízes Multifatoriais

O fenômeno do casamento infantil tem raízes multifatoriais. Aumento das vulnerabilidades sociais, especialmente a fome, é apontado como um obstáculo para sua erradicação. Além disso, a cultura da pedofilia é citada como um problema, em uma sociedade adultocêntrica que objetifica os corpos das meninas e reitera diversas violências de gênero.


Consequências Devastadoras

As consequências do casamento infantil são devastadoras. A adultização precoce das meninas resulta no abandono escolar, baixa escolaridade e gravidez precoce. Muitas meninas são obrigadas a abandonar seus sonhos e se submeter a relações abusivas e submissas.


O ciclo da pobreza é agravado, pois essas meninas têm dificuldade em acessar o mercado de trabalho e, muitas vezes, ficam reféns da situação dentro desse casamento precoce.


Desafios e Recomendações

Embora a legislação tenha avançado, o casamento infantil ainda é um desafio a ser enfrentado. É necessário ampliar os esforços para conscientizar sobre os direitos das crianças e adolescentes e garantir a proteção de suas infâncias. O acompanhamento adequado e a orientação são essenciais para que as meninas possam fazer escolhas conscientes e autônomas.


Impactos Futuros

O combate ao casamento infantil é fundamental para construir uma sociedade mais justa e igualitária. Ao investir na educação e empoderamento das meninas, criamos condições para que elas alcancem seu potencial máximo, contribuindo para o desenvolvimento do país.

O casamento infantil é uma violência que persiste no Brasil, afetando principalmente meninas em situação vulnerável. É necessário um esforço coletivo da sociedade, governos e organizações para erradicar essa prática e garantir que todas as crianças e adolescentes tenham seus direitos respeitados. A proteção dessas meninas é essencial para que elas possam crescer e desenvolver-se plenamente, rompendo o ciclo da pobreza e construindo um futuro melhor.


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*Com informações do site https://saibamais.jor.br/


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