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Nova lei sobre drogas divide opiniƵes



Parlamentares, psicólogos e representantes do governo e de organizações ligadas à defesa dos direitos humanos mantêm divergências sobre o que deveria constar de uma nova lei sobre drogas no país. O projeto que altera o sistema nacional de políticas para a Ôrea, incluindo mudanças no modelo de atenção aos usuÔrios ou dependentes, além do financiamento de ações, vem sendo discutido hÔ mais de três anos no Congresso Nacional. Mesmo com o texto aprovado em maio, na Câmara dos Deputados, o assunto ainda parece longe de uma solução.

O Projeto de Lei 37/2013, que prevĆŖ aumento da pena para o trĆ”fico, internação involuntĆ”ria de usuĆ”rios e benefĆ­cios para empresas que empregarem dependentes quĆ­micos em recuperação, depende agora da anĆ”lise dos senadores. Em debate na ComissĆ£o de Constituição e JustiƧa (CCJ), a psicóloga Alice de Marchi Pereira de Souza, representante da Rede JustiƧa Criminal, criticou o texto. Segundo Alice, a proposta “insiste na repressĆ£o e internação para lidar com usuĆ”rios e dependentes”.“A aprovação da lei teria efeitos desastrosos [sobre o sistema carcerĆ”rio] prevendo aumento de pena [mĆ­nima para traficantes]. Mas os retrocessos da lei seriam ainda maiores”, disse Alice, ao destacar a permissĆ£o da internação involuntĆ”ria do dependente. “A reforma psiquiĆ”trica prevĆŖ a internação como Ćŗltima opção”, lembrou.

Os psicólogos alertam principalmente para a internação em comunidades terapĆŖuticas. “NĆ£o hĆ” problema que elas existam. O grave Ć© tornar esse tipo de equipamento polĆ­tica pĆŗblica, dotando-o de recursos pĆŗblicos”, alertou a especialista. Vitore AndrĆ© ZĆ­lio Maximiano, secretĆ”rio Nacional de PolĆ­ticas sobre Drogas do MinistĆ©rio da JustiƧa, destacou que “hĆ” muitas paixƵes em jogo” no debate sobre o tratamento de dependentes. Segundo ele, o texto aprovado pela CĆ¢mara, que tem o apoio do governo, assegura direitos e limites claros para os casos de internação compulsória (sem autorização do dependente).

“O texto Ć© cópia literal da lei sobre tratamento ambulatorial. Os equipamentos de saĆŗde sĆ£o prioridades”, disse Maximiano. Pelo projeto, as comunidades terapĆŖuticas apenas acolhem os dependentes de forma voluntĆ”ria e, como modalidade complementar, fazem a internação no sistema ambulatorial. “Na [internação] involuntĆ”ria, o texto traz garantias para o paciente que ingressa em unidade de saĆŗde do SUS [Sistema Único de SaĆŗde] e limites como a comunicação imediata ao MinistĆ©rio PĆŗblico e Defensoria PĆŗblica e define que, se a famĆ­lia desistir da internação, o mĆ©dico Ć© obrigado a promover desinternação.” De acordo com o secretĆ”rio, o governo apresentou diversas contribuiƧƵes ao projeto desde 2010 e vĆ”rias sugestƵes foram acatadas pelos parlamentares. Para ele, o projeto de lei que serĆ” analisado pelos senadores tem avanƧos signficativos em relação Ć  atual legislação que, por exemplo, “nĆ£o estabelece critĆ©rios para internação involuntĆ”ria e tampouco estabelece limite para essa internação”.



Fonte: http://www.correiodoestado.com.br/noticias/nova-lei-sobre-drogas-divide-opinioes_193425/

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